Todo mundo já ficou doente em algum momento da vida. E, em muitos casos, tivemos que ir a uma consulta com um médico. Nessa ocasiões, há uma vantagem muito grande quando o profissional valoriza a comunicação clara entre ele e os pacientes. Essa habilidade impacta sensivelmente a nossa saúde.
Nessas ocasiões em que estamos doentes, geralmente ficamos mais sensíveis e, dependendo da gravidade, existe uma grande preocupação. Isso evidencia ainda mais a necessidade de as interações serem realizadas de forma mais humana.
Todavia, como você sabe, nem sempre isso acontece. Assim, há um peso ainda maior, pois os pacientes não entendem o problema com clareza. Além disso, podem ocorrer dúvidas a respeito do tratamento ou uma visão equivocada a respeito dos procedimentos.
Ao contrário disso, quando a comunicação clara norteia a conduta entre médicos e pacientes, há menos ruídos e mais interações. E, também, maior probabilidade de o tratamento ter êxito. É por este motivo que desenvolvemos este conteúdo para ajudar profissionais da área de saúde. Acompanhe a seguir.
Números relativos a problemas na comunicação entre médicos e pacientes
A comunicação clara é, na maioria dos casos, o grande diferencial para o sucesso de um tratamento de saúde. Muitos dos problemas que acontecem são decorrentes de interações que geram dúvidas a respeito de procedimentos, gravidade da doença e cuidados posteriores.
Neste contexto, os pacientes são sempre os que mais se prejudicam. Porém, a própria carreira do médico e a consciência de que está exercendo a profissão de maneira correta também são impactadas. Ou seja, ambos são prejudicados quando falta habilidade para realizar interações humanas e claras.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Wellcome Open Research, 27% de ações médicas equivocadas são causadas por problemas de comunicação. Tal atitude gera erros no tratamento e ruídos a respeito de detalhes que são muito importantes para os diagnósticos realizados pelos médicos.
Isso impacta diretamente nos números alcançados anualmente pelos sistemas de saúde distribuídos pelo mundo. Neste contexto, há a certeza de que a comunicação e as interações realizadas de forma adequada para cada segmento são essenciais para a melhoria dos índices de saúde.
Em outro estudo, realizado pela Universidade de Harvard, foi evidenciado que cerca de 30% dos casos de negligência médica são causados pela falta de comunicação clara. Nesta referida pesquisa, foram identificadas 1.744 mortes de pacientes.
Para acrescentar ainda mais informação e evidenciar o valor da comunicação clara, vamos considerar a importância da comunicação na anamnese (entenda este termo como uma espécie de entrevista realizada pelo profissional de saúde para entender o caso e começar a busca pelo diagnóstico da doença).
Dito isso, é válido acrescentar um dado retirado do livro Simulação de Doenças – Abordagem e Diagnóstico, do autor Dario Giannini. De acordo com ele, a anamnese completa ao menos 70% de qualquer diagnóstico. Ou seja, se as interações realizadas não forem claras, temos um problema, concorda?
Veja alguns problemas comuns de comunicação entre médicos e pacientes
Para encontrarmos soluções e evidenciarmos a importância da comunicação clara entre médicos e pacientes, é preciso conhecer alguns pontos. Estes se referem a problemas comuns que acontecem quando não existe a habilidade para interagir com aqueles que apresentam problemas de saúde.
Sendo assim, veja só o que acontece geralmente quando falta a comunicação clara:
1 – Falta de escuta ativa durante a consulta
Este é um problema muito comum de comunicação, seja na área médica ou em outros segmentos. E isso pode ser causado pela falta de paciência para ouvir ou mesmo por uma burocracia comum que alguns profissionais precisam preencher. Para ser mais específico, considere:
- Alguns profissionais não têm o costume de ouvir as pessoas com atenção. Acreditam que algumas informações básicas são suficientes para entender o problema e concluir o que precisa ser feito. Sendo assim, muitas informações importantes não são consideradas e isso impacta no tratamento de saúde.
- Alguns profissionais ainda utilizam prontuários de papel e precisam preencher uma burocracia considerável durante o atendimento. E quando não se trata de consultas particulares, mas sim por convênios ou em hospitais públicos, o tempo para a realização do atendimento é ainda menor.
2 – Poucas informações para o paciente
É possível que você já tenha saído de uma consulta com a sensação de que tem mais dúvidas do que certezas. E, se você é um profissional de saúde, certamente já considerou que, em alguma ocasião, teve o sentimento de que não foi claro o bastante com o seu paciente.
Situações como essa são muito comuns e são relacionadas à falta de uma comunicação clara. Como consequência, há insegurança por parte do paciente. E, o pior: muitos acabam recorrendo aos mecanismos de busca para obterem respostas que deveriam ser dadas pelos médicos.
Neste contexto, é fácil concluir que acontecem uma série de conclusões equivocadas e as condutas não são realizadas da melhor forma. Assim, as pessoas acabam realizando tratamentos alternativos e se automedicando, o que é um grande risco para a saúde.
3 – Feedback
Em geral, os pacientes gostam de ouvir a opinião do médico. Porém, o profissional, em diversas ocasiões, está mais preocupado em encontrar as soluções. Com isso, deixa de lado a interação, o “olho no olho”. Esse fator humano também influencia nas conclusões tiradas pelos indivíduos.
A opinião pessoal do médico é de grande relevância para os pacientes, em geral. As pessoas gostam de entender a fundo o problema que estão passando, além do fato de que uma doença deixa as pessoas mais sensíveis. O lado humano da consulta médica também influencia na ação das pessoas doentes.
4 – Linguagem técnica.
Muitos médicos se esquecem de que a grande maioria dos pacientes não conhece os termos técnicos de uma doença. Dessa forma, há uma interpretação que pode aumentar a preocupação ou minimizar o problema. Quando isso acontece, é muito comum não haver um tratamento adequado.
Todos esses problemas seriam evitados se houvesse uma comunicação clara, simples e objetiva a respeito do problema. Assim, todos os principais detalhes seriam entendidos e a consulta geraria uma conduta acertada por parte do paciente, aumentando a chance de cura total.
Veja exemplos dos benefícios da comunicação clara entre médicos e pacientes.
Para não restar mais nenhuma dúvida a respeito da importância da comunicação clara entre médicos e pacientes, listamos a seguir uma série de benefícios. Isso mostrará que muitos equívocos poderiam ser evitados quando há a intenção de facilitar a interpretação e gerar total entendimento.
E mais: quando a comunicação clara norteia a relação médico/paciente, há benefícios para o relacionamento entre os envolvidos, a qualidade do diagnóstico é potencializada e a dedicação ao tratamento é mais efetiva. Acompanhe, portanto, as vantagens:
- Quando um paciente entende perfeitamente o que ele tem, a gravidade do caso e o que precisa ser feito, há uma possibilidade maior de seguir o tratamento. Isso acontece porque as pessoas passam a acreditar nas palavras do médico, na eficácia dos procedimentos e, consequentemente, na cura.
Para exemplificar, considere:
- Quando um paciente vai a uma consulta e sai de lá sem entender perfeitamente o que tem, há 2 grandes riscos: ou ele não absorve a gravidade do caso e acaba deixando de lado o tratamento; ou, ainda, ele superdimensiona o problema e se desespera (esse desequilíbrio deixa a pessoa ainda mais vulnerável e sensível).
- A comunicação clara gera maior confiança por parte dos pacientes. Eles se sentem mais seguros quando percebem que há uma abertura para o diálogo, para sanar dúvidas e pedir conselhos. Esse vínculo gerado pela empatia do médico tem um efeito considerável para o resultado do tratamento.
Por exemplo: Uma pessoa doente está sensibilizada e frágil. Ela precisa se sentir acolhida pelos profissionais de saúde. Quando isso acontece através de uma comunicação clara e humanizada, surge a confiança necessária para realizar o tratamento e superar a enfermidade.
- Quando o médico entende e valoriza a comunicação clara, ele tem o benefício de compreender perfeitamente as queixas dos pacientes, identificar os medos e responder prontamente aos questionamentos. Assim, a anamnese é mais completa.
Como exemplo, podemos considerar um médico que pratica uma escuta ativa. Agindo dessa maneira, ele não generaliza o caso do paciente e, assim, consegue perceber particularidades. Estes detalhes são essenciais para que o profissional de saúde promova uma tratamento assertivo.
- A comunicação clara, quando aliada às novas tecnologias, tem o potencial de gerar atendimentos mais humanos, completos e mais propensos à cura total. Assim, o uso de aplicativos para relacionar dados, otimizar o preenchimento de informações e encontrar resultados mais concretos é de muito valor.
Para dar um exemplo a respeito deste benefício, basta considerar que o preenchimento facilitado de diversos dados obtidos com os exames proporciona mais tempo para as interações. Assim, o profissional, além de informações otimizadas, pode descobrir detalhes que só são percebidos através de diálogos.
Princípios básicos para uma comunicação clara
Se chegou até aqui, é certo que já entendeu o quanto a comunicação clara impacta na saúde dos pacientes. Além disso, verificou os benefícios que são alcançados para os tratamentos e para o crescimento profissional de médicos e outros profissionais de saúde.
Agora é o momento de colocar em prática a comunicação clara. Para te ajudar com isso, destacamos o que você precisa fazer para gerar interações ricas com os seus pacientes. Tome nota, coloque em prática e evolua como profissional da área de saúde:
- Procure usar uma linguagem acessível e simples nas interações com os seus pacientes. Entenda: eles não são profissionais da área e, portanto, não entendem os termos técnicos de doenças e tratamentos. Por isso, seja mais didático, utilize exemplos práticos e ajude as pessoas a compreenderem.
- Procure ser mais objetivo em suas colocações. Para isso, não perca tempo com rodeios, metáforas e afins. Lembre sempre que isso diminuirá a possibilidade de surgirem interpretações equivocadas a respeito de suas colocações referentes a doenças e seus respectivos tratamentos.
- Conheça o seu público. A faixa etária, o grau de escolaridade e a localização do seu consultório ou do hospital em que você faz os atendimentos podem ajudar a entender quem é o seu público. Desta forma, você poderá adaptar a sua comunicação, o estilo das abordagens e o tom ideal.
- Construa ideias de maneira organizada. Essa iniciativa permitirá que você produza diálogos coerentes e lógicos. Na prática, procure ser didático, específico e demonstrar apenas o que é essencial para o entendimento. Agindo assim, a mensagem será mais clara e de fácil entendimento.
- Incentive e fique atento aos feedbacks dos pacientes. Quando o médico fomenta a interação, promove uma escuta ativa e dá valor para os mínimos detalhes compartilhados pelos pacientes há um ganho para a consulta. Esse tipo de comunicação permite que detalhes fundamentais sejam identificados.
- Valorize a linguagem não verbal. O seu corpo fala tanto quanto as suas palavras. Por isso, alie a linguagem clara, objetiva e simplificada com uma comunicação corporal coerente. Isso significa dizer: gesticule adequadamente, utilize o tom ideal, mantenha uma postura confiante e o contato visual.
- Valorize a empatia. Essa atitude sempre te lembrará que pessoas doentes estão fragilizadas, e também você será capaz de se colocar no lugar do paciente. Assim, conseguirá entender melhor o que ele sente, quais as condições em que vive e qual o melhor tratamento a ser ministrado.
Quem pode te ajudar a ter uma comunicação clara?
Hoje conversamos bastante sobre como a comunicação clara impacta na saúde dos pacientes. E temos a certeza de que você compreendeu o quanto isso pode fazer com que se torne um profissional melhor e mais humano. Dessa forma, para mergulhar neste mundo das interações positivas, você precisa treinar.
E, para isso, te apresentamos o Clube da Fala. A nossa escola oferece para você e todos os profissionais de saúde uma formação em comunicação e Oratória. E tudo é realizado de forma personalizada, isto é, receberá atenção especial para suas maiores dificuldades.
Para isso, nada melhor do que os cursos que oferecemos. Através deles, os nossos professores darão a você o que há de melhor na arte de falar bem e ser plenamente compreendido.
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